Projeto Parque Boa Esperança

Inicialmente, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra Leste 1, braço da união nacional UNMP e representante da zona leste do município de São Paulo na luta por moradia popular, inseriu-se no processo de seleção pública em edital promovido pela Cohab no final de 2014. Na época, a prefeitura de São Paulo estava sob gestão do prefeito Fernando Haddad, que disponibilizou imóveis já pertencentes à Cohab e imóveis em processo de desapropriação para entidades em busca de moradia de interesse social.

No final do ano de 2016, a Professora Ângela, que já possuía contato com movimentos populares em seus anos de trabalho em órgãos públicos, foi solicitada a auxiliar o Movimento Leste 1 a se inserir no edital promovido pela Cohab. Tomando o trabalho como experiência pedagógica, capaz de aproximar os alunos a uma faceta da realidade habitacional paulistana, a proposta foi aceita por grupo docente e discente, indo muito além de tarefa construtiva, mas de fomentação de debates e formação prática. Assim, com as regulares assembleias com o movimento de moradia, foi realizada no mês de maio de 2017 a primeira entrega feita para a Caixa Econômica, para participação da seleção para obter financiamento público por meio da modalidade Minha Casa Minha Vida Entidades.

Além da apresentação do projeto inicial e toda documentação necessária, na primeira entrega realizada para a Caixa Econômica foi requisitado mapeamento urbanístico da infraestrutura do entorno, além da produção de tabelas referentes às suas distâncias até o terreno visado.

Em seguida, no início do mês de junho, o grupo realizou a entrega de uma primeira versão do projeto complexo e simplificado, dando início ao processo de licenciamento da construção na SMUL (Secretaria Municipal de Urbanismo e Licenciamento) e no próprio órgão da Cohab.

A primeira etapa do projeto propõem a construção de quatro edifícios habitacionais multifamiliares com 264 apartamentos, conectados por passarelas, doação de área para calçada pública, local de convívio coletivo, além de área institucional e comercial. Toda relação de prazos estabelecidos pelo Ministério das Cidades para a apresentação de pleitos foi alterada no início do ano de 2017, reverberando em recentes alterações e cortes na política federal de habitação no Governo Temer e posteriormente no atual Governo Bolsonaro, estando o programa Entidades em situação de maior instabilidade institucional. Em 2018 o projeto continuou em desenvolvimento e constante acompanhamento por plenárias com as famílias selecionadas pela Leste1, e entrada de aprovação na Prefeitura, atualmente em análise.

Em 2019 o projeto tomou corpo institucional mais consolidado na Escola da Cidade no formato de disciplina eletiva aberta a todos os anos de graduação e pós.

Histórico do local do projeto:
O terreno que se almeja para a construção se encontra na zona Leste do município de São Paulo, no bairro de São Mateus. A área, de 15000 m2 está em estagio inicial de desapropriação, após décadas de inadimplência do proprietário no pagamento de IPTU. Para o processo de desapropriação ainda é necessária a liberação de verba por parte da COHAB, para que o terreno tenha sua posse transferida finalmente para o Movimento de moradia.
Principais resultados:
Projeto em processo de aprovação na Prefeitura. Desenvolvimento de metodologias para a participação das famílias do movimento Leste 1 na construção do projeto.
Fomentação de debates com convidados de diferentes áreas, alimentando a discussão do papel social do arquiteto em frente aos problemas reais urbanos.
Dificuldades enfrentadas:
Comunicação do projeto com as famílias.
Diálogo constante entre o âmbito técnico e os futuros moradores leigos quanto ao tema.
Organização para desenvolvimento de projeto de grande proporção em um grupo de trabalho amplo.
Financiamento para o projeto.
Desapropriação do terreno. 
Entidade responsável: 
Assessoria Técnica da Escola da Cidade.
Data de início do projeto: 
2016
Data de término do projeto: 
Em andamento
Agentes envolvidos no projeto: 
Movimento Sem Terra Leste-1
Contratante:
Movimento Sem Terra Leste-1 (MST – LESTE-1)
Famílias beneficiadas:
264
Recurso de programa público:
Em processo de entrada no edital da Caixa por meio do programa Minha Casa Minha Vida Entidades.
Financiamento privado:
Não. Porém houve inserção institucional como disciplina eletiva na Escola da Cidade.
Renda familiar:
Até 2 salários minímos.
Organização coletiva das famílias:
Associação dos Trabalhadores Sem Terra – Leste-1.
Reconhecem lideranças locais:

Sim.
Fazem assembleia:
Sim, mensalmente.

 

FASES E AÇÕES
FASE PROCESSO SIM NÃO PARCIAL SEM DADOS NÃO SE APLICA
MOBILIZAR A maioria das famílias se mobilizou? X        
Houve apoio de movimento de moradia para a mobilização ou associação? X      
Houve apoio da assessoria técnica para a mobilização?  X      
VIABILIZAR As famílias participaram do processo dos estudos iniciais do projeto?  X      
E nas reuniões com o poder público?  X      
PROJETAR O projeto final foi realizado de forma participativa com as famílias?  X      
A linguagem do projeto era de fácil compressão?    X    
CONSTRUIR As famílias participaram do período de construção?       X
Foi autogestão?     X  
HABITAR Com a conquista da moradia ou outra obra a qualidade de vida melhorou?       X  

GRUPO EDITORIAL: