Canteiro Escola Águas Urbanas

O projeto Canteiro em Obras, no anos de 2014 e 2015 estendeu suas atividades para além dos muros da escola de arquitetura na assessoria técnica a construção da creche comunitária da Ocupação Eliana Silva, utilizando e resgatando o conhecimento dos moradores (autoconstrutores) em relação as técnicas de alvenaria estrutural. O projeto de extensão interatores “Canteiro Escola Águas Urbanas em área de mananciais” é parte de uma série de ações inserido no projeto de pesquisa “Manejo de Águas Pluviais em Meio Urbano” que tem por objetivo desenvolver alternativas urbanísticas que incorporem no próprio desenho urbano, técnicas compensatórias de gestão de água pluvial (voltados à sua absorção local e não a acelerar o escoamento), particularmente nos casos de regularização de assentamentos precários, buscando recuperação ambiental e melhoria dos espaços públicos. A principal justificativa do projeto é a necessidade de se desenvolver alternativas de recuperação urbana e ambiental e minimizar o impacto da ocupação urbana feita de modo informal, por autoconstrução, sem infraestrutura, sob risco físico, em áreas que formalmente são ambientalmente protegidas por lei.  Tendo o assentamento do Baixo Alvarenga, em São Bernardo do Campo, como área de projeto, a equipe do Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos (LABHAB – FAUUSP) desenvolveu, em parceria com os moradores do local e o poder público, um projeto-piloto de qualificação urbanística com a construção de dispositivo de baixo impacto de drenagem urbana (viela Ecológica Francisco “Xiquinho” da Silva). 
Histórico do local do projeto:
Localizada na Vila Santa Rita, região do Barreiro, a ocupação Eliana Silva é referência na cidade em relação à organização. Tanto que lá moram algumas das lideranças do Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB). Em cinco anos de ocupação, os moradores já tiveram conquistas importantes. Há um ano a Copasa instalou a rede de água no bairro e a Cemig vem instalando, há três meses, pontos de energia elétrica para os moradores e postes para iluminação pública. Um dos principais diferenciais da Eliana Silva é a creche comunitária, feita em parceria com o Movimento Olga Benário – que construiu uma rede de apoiadores que doam alimentos, mobiliário e materiais de construção para a iniciativa. No início da ocupação, todas as famílias assinaram um regimento em que se comprometiam a não vender ou alugar a casa construída. “Caso alguém queira se mudar, terá de passar para outra pessoa pelo valor gasto com a construção. Existe uma lista de espera de famílias que querem se mudar para cá”, explica Rosemary. Por enquanto não há comércio na ocupação. A ideia é mostrar ao poder público que a luta da Eliana Silva é por moradia. O Baixo Alvarenga, ou Alvarenguinha, assentamento nas margens da represa Billings, em São Bernardo do Campo, tem um histórico de luta dos moradores por regularização, melhorias urbanas e proteção ambiental. O assentamento é formado pelos loteamentos Parque dos Químicos, Jd. Nova América, Jd. Novo Horizonte, Pq. Ideal I e II, Ouro Verde e ainda, o Jd. Cruzeiro do Sul, onde residiam,  em 2014, aproximadamente 4.250 pessoas. Inicialmente, o contato com as lideranças do Alvarenguinha se deu no decorrer da pesquisa em políticas públicas chamada “Reparação de Danos e Ajustamento de Conduta em Matéria Urbanística”, que foi formulada em conjunto com o Ministério Público e municípios da bacia da Billings, dentre eles São Bernardo do Campo, desenvolvida entre 2002 e 2005. Destacam-se desse período a elaboração de mapas diagnósticos e propositivos, nos quais diversas propostas formuladas pelos moradores foram reunidas e sistematizadas, muitas delas pertinentes ainda hoje.
Principais resultados:
Contato entre os alunos e o canteiro de obras informal, resgate e aprimoramento de técnicas de construção dentro da ocupação urbana. Foram construídos uma escada, com rampa, jardins de chuva filtrantes que recebem volumes de chuva provenientes dos telhados dos lotes vizinhos, e retém, filtram e infiltram parte da água, diminuindo o escoamento superficial, e melhorando a qualidade da água em seu retorno para o sistema da bacia. Em uma das casas vizinhas à viela, foi montado um sistema de captação e armazenamento de água da chuva, e também foram construídos kits de drenagem na calçada das casas dos vizinhos da viela, que são compostos por um pequeno jardim de chuva ligado a uma pequena bacia de retenção, que permite a infiltração e o retorno ao sistema hídrico mais limpo. Além disso, foram publicadas duas edições do jornal do bairro, o Navega Alvarenga.
Dificuldades enfrentadas:
O diálogo entre a escola de arquitetura (arquitetos, alunos e toda a cadeia de trabalho da construção civil que estamos arraigados) e o diálogo com o morador autoconstrutor. Engajamento de um número maior de moradores no projeto; Coordenação dos diferentes tempos entre universidade, poder público e moradores/lideranças;Engajamento de um número maior de moradores no projeto; Coordenação dos diferentes tempos entre universidade, poder público e moradores/lideranças; 
Entidade responsável: 
Escritório de Integração da PUC MInas e Pró Reitoria de Extensão da PUC Minas. Laboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da FAUUSP; Prefeitura de São Bernardo do Campo (Secretarias de Habitação e Planejamento e de GestãoLaboratório de Habitação e Assentamentos Humanos da FAUUSP; Prefeitura de São Bernardo do Campo (Secretarias de Habitação e Planejamento e de GestãoAmbiental e Serviços Urbanos); Associação de Moradores do Parque dos Químicos.  
Autor(es) do projeto: 
Maria Lucia Refinetti Martins (coord. do projeto); Reginaldo Ronconi, Karina Leitão (profs. FAUUSP); Francisco Barros (doutorando FAUUSP); Paula Oliveira, Carolina Frignani, Mariana Guimarães (arquitetas pesquisadoras LABHAB); Bruno Fukusawa (graduando de engenharia); Luciana Ferrara (arquiteta e pesquisadora colaboradora); Max Granceri, Lilian Nagato (arquitetos); Raimundo Souza, Gustavo Nunes, Darcy Matos, Barbara Matos, Eraldo Souza, Marli Cardoso, Geracina da Silva, Maria José, Valfrido Araújo, José Mauro, Elias Souza, Amanda Oliveira (moradores do Alvarenguinha); Aline Penha, Núbia Santos, Daniel Guimarães, Ronildo Back (prof e alunos da EE Domingos Peixoto); Marcelo Fiamenghi, Belisa Godoy, Alexandre Campaneli, Francisco David, Jéssica Luchesi, Giulia Patitucci, João Pereira, Luiz Fuzile, Rafael Godoy, Giuliano Magnelli, Ana Clara Franchini, Ana Clara Santana, Carolina Kozlalowski, Priscila Endo, Vanessa Mattara (graduandos em arquitetura e urbanismo); Sérgio Molina, Leo, Juveni (equipe de obras).
Data de início do projeto: 
abril de 2013
Data de término do projeto: 
janeiro de 2017
Família beneficiadas:
Famílias envolvidas com a ocupação urbana que possuem filhos menores de 4 anos. estima-se que cerca de 100 famílias
Recurso de programa público:
Chamada pública 07-2009 MCT/FINEP/CNPq/Ação Transversal Saneamento Ambiental e Habitação
Financiamento privado:
Não
Renda familiar:
Desde abaixo de 1 salário minímo até 2 SM
Organização coletiva das famílias:
Associação de moradores da ocupação urbana.
Reconhecem lideranças locais:
Sim, os presidentes da associação de moradores. Gustavo Nunes; Raimundo Souza; Darcy Matos
Fazem assembléia:
Sim. Reuniões pontuais com os moradores envolvidos na construção da creche.

FASES E AÇÕES
FASE PROCESSO SIM NÃO PARCIAL SEM DADOS NÃO SE APLICA
MOBILIZAR A maioria das famílias se mobilizou? X
Houve apoio de movimento de moradia para a mobilização ou associação? X
Houve apoio da assessoria técnica para a mobilização? X
VIABILIZAR As famílias participaram do processo dos estudos iniciais do projeto? X
E nas reuniões com o poder público? X
PROJETAR O projeto final foi realizado de forma participativa com as famílias? X
A linguagem do projeto era de fácil compressão? X
CONSTRUIR As famílias participaram do período de construção? X
Foi autogestão? X
HABITAR Com a conquista da moradia ou outra obra a qualidade de vida melhorou? X

GRUPO EDITORIAL: